Quando asa branca voou
Fugindo do meu sertão
Foi pior que punhalada
Dentro do meu coração
Eu fiquei desnorteado
Me faltando até o chão
Já não tenho o meu gado
Nem o amigo alazão
Morreram todos de sede
Feriram meu coração
Deixando uma tristeza
Maior do que o meu sertão
Olhei pra terra vermelha
Um braseiro sem fumaça
Recordei da plantação
Um verde de viço e graça
Falei com o grande Deus:
O que quereis que eu faça?
Se foi pelos meus pecados
Que veio a judiação
Eu peço que me perdoe
Mas não maltrata ele não
Ele é toda a minha vida
Me sustenta o coração
Hoje eu procuro o viço
Que na minha roça tinha
Vejo a terra esturricada
Busco o olhar da Rosinha
Pra aplacar minha sede
De ver a terra verdinha
Ela me olha serena
E vejo no seu olhar
Um riacho se formando
Que nem Deus pode aplacar
É a água que faltava
Pro meu sertão não queimar
Falo pra minha amada
Por favor não chore não
Vamos fazer uma reza
Pra que tal situação
Não dure por muito tempo
E Deus mande a solução
Que adianta eu partir
Te deixando aqui sozinha
Se tu és meu grande amor
A minha doce rainha
Eu fico aqui com você
Tem rapadura e farinha
Vamos juntar nossos filhos
Nós vamos todos rezar
Pedir à Nossa Senhora
Pra esta seca acabar
E assim minha Rosinha
O verde vai retornar!
Igualzinho ao teu olhar!
*soninha*
2 comentários:
Soninha eu li e reli, adoro cordéis, e este fala de forma tão doce e triste da seca do sertão, desta gente sofrida, que apesar de tudo tem esperança amor e fé no coração, lindo demais, beijos Luconi
Oi Soninha, aproveitando que tá funcionando agora cedo já entrei com meus 2 perfis rss
Lindos versos do sertão, adorei!
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